À medida que as fronteiras entre as criptomoedas e o sistema financeiro tradicional se tornam cada vez mais tênues, o Zcash está se destacando como uma alternativa interessante ao Bitcoin. Essa análise vem de Will Owens, um analista da Galaxy Digital, que compartilhou algumas percepções sobre como o Zcash pode estar se posicionando neste cenário.
Embora o Zcash esteja bem atrás do Bitcoin, que tem um valor de mercado de cerca de US$ 2 trilhões, ele possui características que o conectam ao famoso criptoativo. Desde seu lançamento em 2016, o Zcash apresentou um desempenho inferior ao do Bitcoin, mas nos últimos dois meses, seu valor subiu quase dez vezes, atingindo preços que voltaram a chamar atenção. Sim, você leu direito: de US$ 40, ele chegou a US$ 396!
Um dos pontos mais interessantes do Zcash é como ele permite que os usuários mantenham suas transações em sigilo. Com a tecnologia de “provas de conhecimento zero”, ele se posiciona como uma alternativa atraente para quem se preocupa com a centralização do Bitcoin, especialmente após sua popularidade entre grandes instituições financeiras.
A privacidade em foco
O analista destaca que muitos defensores do Zcash estão preocupados com a transparência excessiva do Bitcoin. Os ETFs, que são fundos negociados em bolsa, podem acabar interferindo na sua função como moeda digital, uma vez que dependem de intermediários. Em contraste, os defensores do Zcash o veem como um “Bitcoin criptografado”, que retorna às raízes da privacidade, muitas vezes esquecidas na era da vigilância digital que vivemos.
Um dado curioso é que o Zcash, como o Bitcoin, tem um limite de 21 milhões de unidades. Ao mesmo tempo, ele aborda diretamente questões de privacidade que o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, uma vez reconheceu como necessárias. Enquanto muitos usuários de Bitcoin têm usado técnicas como CoinJoin para aumentar sua privacidade, eles têm enfrentado crescente pressão regulatória.
Mudanças na percepção
Recentemente, houve uma mudança na forma como as pessoas estão vendo o Zcash. Embora suas funcionalidades não tenham mudado, a forma como o mercado encara a criptomoeda está se tornando mais favorável. A crescente audiência tem se manifestado entre grandes vozes do setor. Mert Mumtaz, CEO da Helius Labs, por exemplo, fez questão de ressaltar a importância das transações protegidas para aumentar a privacidade da rede, já que quanto mais pessoas utilizam essa funcionalidade, mais seguro o ambiente se torna.
Atualmente, cerca de 30% do suprimento do Zcash é considerado “protegido”, o que fortalece ainda mais essa privacidade, tornando difícil o rastreamento de transações. O Zcash não só se destaca por ser a maior criptomoeda focada em privacidade, com uma capitalização de mercado de US$ 6,5 bilhões, como também está em um crescente interesse por parte do público.
Concorrência e novas oportunidades
Com a recente valorização do Zcash, outras criptomoedas de privacidade, como Dash e Decred, também estão vendo seu valor aumentar. Na última semana, o Dash, por exemplo, disparou 162%, enquanto a Decred teve um crescimento de 139%. Essa onda de valorização mostra que a privacidade no mundo das criptomoedas está se tornando um dos pontos mais debatidos e procurados pelos investidores.
