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Estamos no fundo do poço? Entenda a situação atual.

O cenário do mercado de Bitcoin tem mostrado sinais de tensão e incerteza. Recentemente, a moeda digital caiu abaixo de US$ 113.000 pela primeira vez em mais de duas semanas. Essa queda surpreendeu os traders e resultou em uma liquidação de US$ 113 milhões em posições longas alavancadas. Tudo isso ocorreu logo após o Bitcoin ter atingido sua máxima histórica de US$ 124.176, levantando dúvidas sobre o futuro do mercado. Os fatores econômicos globais, como as tarifas comerciais dos EUA, podem ter influenciado esse clima de aversão ao risco.

Investigação da SEC e Desafios na IA

A recente correção nos preços parece ter acelerado após a notícia de que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) estaria investigando possíveis fraudes e manipulações em ações da Alt5 Sigma. Essa é uma empresa que fez parceria com a World Liberty Financial, ligada ao ex-presidente Donald Trump, em um acordo de US$ 1,5 bilhão. A World Liberty tem se destacado por suas vendas públicas de tokens, arrecadando cerca de US$ 550 milhões. O impacto dessa investigação preocupa investidores que buscam solidez e confiança no mercado.

Outro fator que talvez tenha abalado o clima foi a queda de 1,5% no Nasdaq 100, impulsionada por uma pesquisa realizada pelo MIT, que mostrou que 95% das empresas não conseguiram um crescimento significativo de receitas com seus projetos de inteligência artificial. Isso mostrou um panorama de incertezas na área tecnológica e gerou reações negativas entre os traders de criptomoedas.

Tarifas de Importação e Desconfiança no Fed

Além disso, novas tarifas de importação dos EUA sobre produtos que contêm alumínio e aço têm gerado preocupações. Esses produtos incluem desde peças de carro a itens de uso cotidiano. Economistas alertam que isso pode acarretar interrupções nas cadeias de suprimentos e até aumento nos preços para o consumidor.

Em um contexto mais amplo, o banco UBS elevou sua previsão para o preço do ouro, projetando que ele possa alcançar US$ 3.700 até setembro de 2026. A expectativa é de que o ouro se valorize devido a um crescimento econômico abaixo do esperado e à possível flexibilização da política monetária do Federal Reserve. As incertezas em relação ao déficit fiscal e à independência do Fed também cabem na análise que os investidores têm feito.

O aumento da aversão ao risco levou os investidores a buscarem proteção contra possíveis quedas nos mercados de derivativos de Bitcoin. O índice de inclinação de opções de BTC passou a refletir uma visão mais cautelosa.

Medindo o Medo no Mercado

Recentemente, a inclinação delta das opções de Bitcoin subiu para 12%, sinalizando um medo extremo no mercado. Quando a inclinação fica acima de 10%, é um indicativo forte de aversão. Em situações normais, esse indicador fica entre -6% e +6%. Um exemplo de recuperação nesse cenário é o que aconteceu em abril, quando o Bitcoin passou por uma queda significativa, mas, logo depois, aqueles que correram riscos obtiveram ganhos expressivos.

Isso sugere que, apesar da turbulência atual, o mercado de alta do Bitcoin ainda pode estar longe de terminar. Muitas vezes, o medo dos traders tende a extrapolar as expectativas racionais. O Bitcoin pode até ter uma chance de se beneficiar com a saída de investidores do mercado de ações, o que aponta que essa fase difícil não necessariamente invalida uma tendência de alta a longo prazo.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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