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Ray Dalio revela preocupações sobre computação quântica e Bitcoin

O Bitcoin surgiu em um cenário de incerteza, mas ainda enfrenta desafios quando se trata de ser uma reserva de valor, especialmente quando comparado ao ouro. Essa é a opinião de Ray Dalio, o fundador da Bridgewater, uma das maiores gestoras de fundos do mundo.

Hoje, qualquer pessoa com acesso à internet pode gerenciar seus ativos digitais de forma independente. Porém, essa autonomia ainda vem com algumas limitações. Para que as transações ocorram, é necessária uma infraestrutura robusta, composta por uma rede global de máquinas que garantem o processamento das operações. Isso foi destacado por Dalio em uma entrevista recente à CNBC, onde ele abordou a natureza do Bitcoin.

Neste ano, o preço do ouro disparou, atingindo preços recordes. Essa valorização está ligada ao crescente medo de uma desvalorização das moedas. Dalio vem alertando investidores a se protegerem contra os riscos econômicos, especialmente considerando o aumento das dívidas públicas tanto nos Estados Unidos quanto em outros países.

Na mesma linha, o investidor expressou sua preferência pelo ouro e, ao discutir o Bitcoin, levantou questões sobre sua robustez ao longo do tempo. Ele questionou a viabilidade do Bitcoin como moeda de reserva para países importantes, apontando que a criptomoeda pode ser rastreada, o que representa uma vulnerabilidade. Para ele, o avanço da computação quântica pode agravar essa situação, tornando o Bitcoin ainda mais suscetível a ataques.

Recentemente, o Banco Central da República Tcheca resolveu experimentar e anunciou um investimento de US$ 100 milhões em criptomoedas, divididos entre Bitcoin, stablecoins e depósitos bancários tokenizados. As autoridades do banco afirmaram que essa “carteira de testes” é uma forma de entender melhor como lidar com esses ativos digitais.

Embora ainda levem anos até que os computadores quânticos consigam comprometer a criptografia do Bitcoin, já há apelos por uma postura mais cautelosa no setor. Gigantes da tecnologia, como Google e IBM, têm feito avanços notáveis nesse campo, aumentando o temor sobre as implicações para a segurança das criptomoedas.

A estrutura do Bitcoin, que funciona com um livro-razão público, torna o rastreamento das transações relativamente simples, especialmente se a identidade do usuário estiver ligada a uma carteira digital. Existem formas de dificultar esse rastreamento, utilizando misturadores de moedas, mas isso não remove completamente as preocupações sobre privacidade e segurança.

Dalio mencionou que uma pequena fração de seu portfólio está em Bitcoin, representando cerca de 1% de sua riqueza total. Ele já sugeriu que os investidores considerem alocar, pelo menos, 15% de seus ativos no Bitcoin e no ouro.

A grande vantagem do ouro é que ele pode ser guardado fisicamente, sem que o dono dependa de terceiros, o que não acontece com o Bitcoin. Porém, Dalio considera tanto o Bitcoin quanto o ouro como moedas fortes, pois seu valor não pode ser facilmente desvalorizado por governos por meio da impressão de dinheiro.

Suas preocupações com a desvalorização da moeda estão ligadas ao crescente endividamento dos EUA, mas Dalio também observa déficits alarmantes em outros países, como Reino Unido e França. Isso pode levar a crises significativas no futuro, refletindo um tabu crescente no cenário econômico global.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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