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Saída de grandes players agrava crise da ABcripto

A crise dentro da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto) parece estar atingindo novos patamares. Recentemente, mais cinco empresas decidiram deixar a entidade em meio a uma disputa interna que envolvem processos judiciais e a troca de liderança. Entre as que saíram estão grandes nomes como Itaú, Coinbase, GCB, Liqi e Avenia.

O GCB, que trabalha com a tokenização de ativos, informou que sua saída foi voluntária e que o CEO, Gustavo Blasco, não faz mais parte do conselho da ABcripto. Por outro lado, tanto a Avenia quanto a Liqi confirmaram a saída e ainda destacaram que estão engajadas em outras associações, como a Anbima e a ABFintechs. Itaú e Coinbase, por sua vez, não comentaram sobre a situação.

Essa saída em massa segue uma crise que se intensificou há cerca de duas semanas, quando se tornou público um processo do presidente da ABcripto, Bernardo Srur, contra quatro membros do conselho. Os acusados — André Portilho (Mynt), Maria Isabel Sica (Ripple), Renata Mancini (Ripio) e Daniel de Paiva Gomes (Paiva Gomes Consultoria) — estariam tentando convocar uma assembleia para discutir a substituição de Srur. Em resposta, os quatro executivos acusaram Srur de falta de transparência nas contas e de controle antidemocrático.

Dentre as preocupações dos conselheiros, está a irregularidade da ABcripto perante a Receita Federal, situação que já dura desde maio de 2025. Eles afirmam que não conseguiram acessar documentos que explicariam essa situação e, enquanto isso, Srur nega qualquer impropriedade.

Com o impasse se arrastando, a Justiça decidiu-intervir, emitindo uma liminar que obriga a ABcripto a realizar uma assembleia geral. Srur anunciou que essa reunião acontecerá no dia 16 de dezembro, um dia decisivo, já que, se não houver nova eleição, ele poderá ser reconduzido automaticamente à presidência.

Sobre as saídas das empresas, a ABcripto declarou que essas movimentações são normais em associações, refletindo as necessidades e estratégias específicas de cada uma. Além disso, reforçou que sua missão permanece em educar e regular o mercado de criptoativos no Brasil, promovendo boas práticas e segurança.

Essa situação mostra o quão dinâmico e desafiador pode ser o ambiente das criptomoedas, refletindo as tensões e mudanças que estão sempre à espreita nesse setor em crescimento.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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