BCB se adapta a normas do FMI e altera classificação de criptomoedas
Nesta terça-feira (25), o Banco Central do Brasil (BCB) trouxe novidades fresquinhas sobre a maneira como classifica as criptomoedas. Seguindo uma metodologia do Fundo Monetário Internacional (FMI), a instituição definiu que moedas como o Bitcoin serão tratadas como ativos não financeiros que não são produzidos.
A razão para essa classificação é simples: essas criptomoedas não têm um passivo correspondente, o que significa que elas são consideradas o ativo final, uma espécie de “ponto de chegada” na contabilidade.
Em contrapartida, as stablecoins — como o USDT, por exemplo, que você pode trocar por outros ativos — vão figurar como ativos financeiros. Essa distinção vai facilitar o controle do BCB sobre o fluxo dessas moedas no Brasil, mesmo que o total geral de transações continue inalterado.
Banco Central redefine a classificação de criptomoedas
O Banco Central informou que, a partir de agora, sua abordagem em relação às transações de criptomoedas vai mudar. Isso ocorre porque eles estão se alinhando com regras que foram divulgadas pelo FMI em março deste ano.
No documento do FMI, há uma orientação clara: os criptoativos sem um passivo correspondente e que funcionam como meio de troca (como o Bitcoin) são tratados como ativos não financeiros não produzidos e registrados de forma separada na conta de capital. Já aqueles que possuem um passivo são considerados ativos financeiros.
Com essa nova diretriz, o BCB vai registrar as transações de stablecoins e outras criptomoedas ligadas a passivos na Conta Financeira — Moedas e depósitos. Antes, essas operações estavam na Conta Capital. Enquanto isso, criptomoedas como o Bitcoin permanecem na Conta Capital.
O BCB destacou que essa revisão abrange o período de janeiro de 2019 a setembro de 2025, mas não houve alterações no total dos valores movimentados pelas criptomoedas.
O banco ainda comenta que a separação entre criptoativos sem passivo e com passivo permitirá um melhor entendimento das transações e como elas são realizadas.
Dado sobre investimentos em criptomoedas vai se ampliar em 2026
Outro ponto importante que o BCB mencionou é que, atualmente, os dados sobre criptomoedas são coletados apenas a partir de contratos de câmbio relacionados ao Real. Isso, segundo o Banco Central, limita a visão sobre o mercado.
Porém, essa situação vai mudar em 2026. Com a Resolução BCB nº 521, de 10 de novembro de 2025, corretoras de criptomoedas e outras empresas do setor serão obrigadas a fornecer informações sobre suas transações.
O objetivo é que, a partir de maio de 2026, os dados incluam pagamentos ou transferências internacionais realizadas com ativos virtuais, trazendo uma visão mais ampla e precisa sobre o cenário de criptomoedas no Brasil.





