Bitcoin despenca para US$ 111 mil com saídas de ETFs
O Bitcoin, a criptomoeda mais conhecida do mundo, teve um início complicado nesta quinta-feira, 25 de setembro de 2025, com sua cotação caindo para R$ 595.868,63. Os investidores estão preocupados, já que o ativo perdeu suportes importantes, primeiro os US$ 115 mil, depois os US$ 112 mil, e agora, a atenção se volta para a marca de US$ 110 mil.
De acordo com o analista Michael Papaya, se o Bitcoin romper essa barreira, a correção poderá aprofundar-se até os US$ 105 mil, um nível onde a compra deve finalmente dar uma trégua nas quedas.
### Por que o preço do Bitcoin caiu hoje
Na manhã de quinta-feira, o Bitcoin continuou sua trajetória de queda, acumulando perdas de 0,8% em 24 horas e cotado a US$ 111.793. Em uma semana, o recuo já chega a 4,58%, refletindo um momento frágil no mercado. Essa situação não é exclusiva do Bitcoin; o mercado de criptomoedas como um todo registrou uma queda de 1,52%.
Um dos principais fatores por trás dessa baixa é o fenômeno de liquidações em cascata. Só nas últimas 24 horas, cerca de US$ 1,7 bilhão em posições alavancadas foram liquidadas, e US$ 500 milhões apenas em contratos relacionados ao Bitcoin. Essa pressão começou com a queda do Ethereum, que ultrapassou a barreira dos US$ 4.000, causando pânico nos mercados de derivativos.
Com essa pressão, muitos investidores se viram forçados a vender, especialmente os pequenos. As chamadas “baleias”, investidores ou entidades com grandes quantidades de Bitcoin, também aceleraram suas vendas, complicando ainda mais a situação. O próximo suporte que os analistas estão de olho é o nível de US$ 110 mil, onde muitos outros investidores estão esperando para impactar o mercado.
Outro ponto a se considerar é a saída líquida de recursos dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos. No dia 24 de setembro, esses fundos sofreram retiradas equivalentes a 3.211 BTC, ou seja, US$ 359 milhões. O ETF da Fidelity, por exemplo, perdeu sozinho 2.463 BTC, o que equivale a aproximadamente US$ 276 milhões.
Esse quadro indica uma diminuição na demanda institucional, especialmente em tempos de incerteza macroeconômica. Embora notícias positivas, como a aprovação de um ETF de Ethereum pela Grayscale, tenham surgido, as preocupações com a política de juros do Federal Reserve têm se mostrado mais impactantes. Nos últimos dias, os ETFs apresentaram uma saída líquida de US$ 47 milhões, ajudando a entender a fraqueza atual do mercado.
### Perda de suportes técnicos reforça tendência
A ruptura abaixo dos US$ 113 mil fez acionar ordens automáticas de venda e intensificou o sentimento cauteloso entre os traders. Indicadores técnicos corroboram essa pressão: o MACD mostra um viés de baixa significativo, enquanto o RSI, em 47 pontos, ainda não sugere uma situação de sobrevenda.
Entretanto, não devemos esquecer que a média móvel de 200 dias ainda se mantém em US$ 103.869, um nível considerado crucial para a tendência de alta a longo prazo. Um fechamento acima de US$ 113.847 poderia sinalizar uma reversão, mas permanecendo abaixo de US$ 110.591, o risco de uma queda acentuada aumenta.
### Análise macroeconômica do Bitcoin
O CEO da Boost Research, André Franco, comenta que as bolsas asiáticas interromperam sua sequência de ganhos. Isso ocorreu à medida que os investidores estavam realizando ajustes em suas posições devido ao fechamento de mês e trimestre. O dólar, por sua vez, manteve sua força, enquanto o petróleo apresentou uma ligeira queda após um dia de alta expressiva.
O cenário nas bolsas americanas mostra uma leve recuperação, mas ainda está sob pressão por realizações de lucros e incertezas quanto à trajetória dos juros pelo Fed. Franco ressalta que a atenção agora se volta para os dados de inflação PCE e PIB dos EUA, além da possibilidade de um shutdown se o Congresso não aprovar o orçamento até o dia 30. O Bitcoin, por enquanto, está cotado a US$ 112.347, com uma expectativa de curto prazo que oscila entre neutra e levemente negativa.
### Análise técnica do Bitcoin
O apresentador Paulo Aragão, do podcast Giro Bitcoin, aponta um aumento do sentimento de medo no mercado, algo que pode intensificar a correção nos próximos dias. “Porém, isso não precisa ser motivo para alarme”, ele ressalta. “A queda pode acabar por eliminar os especuladores de curto prazo e criar espaço para uma recuperação forte em direção a novas máximas históricas possivelmente em outubro ou novembro.”
O Bitcoin está atualmente consolidado entre os valores de US$ 111.000 e US$ 113.000, com a faixa de US$ 109.000 a US$ 107.000 representando um suporte crítico. Se esse nível for rompido, podemos ver vendas em grande volume. A resistência, por outro lado, se encontra entre US$ 118.000 e US$ 122.000, onde há uma concentração significativa de ordens de venda.
O analista Timothy Misir observa que o padrão de duplo fundo em US$ 111.115 despertou o interesse de traders de curto prazo, mas a resistência em US$ 113.500 é uma barreira importante. Um rompimento decisivo poderia abrir caminho para alcançar os US$ 115 mil, mas até lá, o mercado continua cauteloso.
### O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital utilizada e distribuída no meio eletrônico. Trata-se de uma rede descentralizada, onde nenhum indivíduo ou instituição tem controle sobre o ativo. A quantidade de Bitcoin é limitada, com um máximo de 21 milhões de unidades que podem ser criadas.
Introduzido em 2009 por um programador anônimo ou grupo sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto, o Bitcoin ainda gera especulações sobre a identidade de seu criador. Ele prometeu à comunidade uma alternativa aos sistemas tradicionais de finanças, livres de interferência de governos e instituições.
A transparência é uma das características chaves do Bitcoin, pois todas as transações estão registradas em um grande livro-razão público conhecido como Blockchain. Isso permite um nível de controle financeiro inédito, onde os próprios usuários podem verificar a validade de cada transação. O Bitcoin, também, não pode ser impresso, e os erros ou fraudes são facilmente detectáveis nesse sistema.
Resumindo, a jornada do Bitcoin continua cheia de desafios e oportunidades. O cenário atual requer atenção cuidadosa, mas também nos lembra que o jogo está longe de acabar.