Bitcoin e Ethereum enfrentam cruz da morte; entenda o choque
A segunda-feira trouxe um leve otimismo para o mercado de criptomoedas, mas antes de pensar em comprar aquele carro esportivo dos sonhos, é bom dar uma olhada atenta nos gráficos — e as tendências pedem cautela.
Atualmente, a capitalização total do mercado de criptomoedas gira em torno de US$ 3,08 trilhões, um pouco abaixo do dia anterior, mas ainda firme na faixa dos US$ 3 trilhões, que os investidores têm buscado defender com fervor. O Índice de Medo e Ganância subiu para 24, o que ainda indica um clima de “medo”, mas representa uma melhora em relação aos níveis de “medo extremo” que alcançamos no final de novembro, quando o Bitcoin chegava a beirar os US$ 80.000.
No geral, estamos vivendo um momento de correção que segue depois do pico histórico, e parece que pode se transformar em um cenário mais prolongado.
Bitcoin: o campo de batalha dos US$ 90 mil
Atualmente, o Bitcoin é negociado a US$ 90.220, com uma queda de cerca de 2% no dia, mas ainda marcando uma alta de 3,3% nas últimas semanas. O valor chegou a atingir US$ 92.296 durante o dia, mas encontrou resistência em US$ 89.618 na segunda-feira. Isso mostra que, mesmo com uma leve recuperação, os vendedores estão ativos.
As Médias Móveis Exponenciais (EMAs) do Bitcoin estão indicando uma tendência de baixa. Isso acontece porque a média de 50 dias está abaixo da de 200 dias, o que confirma o chamado “cruz da morte” que se formou em 16 de novembro. As nuvens Ichimoku, um indicador que prevê movimentações de preços, também apontam uma configuração negativa para o futuro próximo.
Analisando o Índice Direcional Médio (ADX), o número está em 32,9, indicando uma tendência forte — valores acima de 25 mostram que a tendência está acontecendo e acima de 30 indicam que está se intensificando. Nesse momento, a tendência é claramente de baixa.
O Índice de Força Relativa (IFR) está em 44,26, o que significa que não está nem sobrecomprado, nem sobrevendido. Estamos em um terreno neutro, onde tanto compradores quanto vendedores não têm vantagens.
O Indicador de Momento de Compressão está sinalizando um impulso positivo em uma zona de compressão, indicando uma disputa intensa entre compradores e vendedores. Isso acontece em uma resistência que tem se formado ao longo das últimas semanas, visível nos gráficos como uma linha branca pontilhada.
Níveis-chave para ficar de olho:
- Resistência: US$ 99.036 (imediata), US$ 105.000 (forte/EMA de 200)
- Suporte: US$ 82.084 (imediato), US$ 68.384 (forte)
Ethereum: a luta pelos US$ 3.000
O Ethereum, por sua vez, teve um desempenho um pouco melhor e é negociado a US$ 3.108, com uma baixa de 1,5% nas últimas 24 horas. A segunda maior criptomoeda chegou a abrir a US$ 3.060 na segunda, alcançando uma alta de US$ 3.180, mas encontrou um suporte em US$ 3.041.
Isso ainda representa uma recuperação saudável de 10% nas últimas semanas. Assim como o Bitcoin, o Ethereum também está passando pelo cruz da morte, com sua média de 50 dias abaixo da de 200 dias. O ADX, por sua vez, está em 35,45, confirmando a força da baixa.
O IFR está em 49,67, mostrando uma leve pressão vendedora que parece estar diminuindo. O Indicador de Momento de Compressão indica que o mercado pode ter uma resolução em alta. Contudo, o Ethereum é negociado abaixo da nuvem de Ichimoku, o que sugere um futuro complicado.
Níveis-chave para o Ethereum:
- Resistência: US$ 3.174 (imediata), US$ 3.596 (forte)
- Suporte: US$ 2.753 (imediato), US$ 2.152 (forte)
É bom se manter atento, pois a decisão do Fed na quarta-feira pode trazer volatilidade. Se as expectativas de cortes nas taxas de juros se concretizarem, pode ser que vejamos uma recuperação. Até que o Bitcoin consiga recuperar a EMA de 200 dias em torno de US$ 105.000 e o Ethereum rompa sua resistência, o clima de baixa continuará predominando.





