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ETFs acumulam mais de 1,3 milhão de Bitcoin enquanto BTC enfrenta crise

O mundo das criptomoedas está em constante transformação e, nos últimos tempos, os fundos negociados em bolsa de Bitcoin, conhecidos como ETFs, têm chamado muita atenção. Esses veículos de investimento têm mudado a estrutura do mercado global, e a verdade é que já acumulam mais de 1,3 milhão de Bitcoins (BTC). Para quem está por dentro desse universo, é uma movimentação que não pode passar despercebida.

Os ETFs começam a se destacar em um cenário onde o ouro, tradicionalmente visto como porto seguro, também está quebrando recordes. Com as incertezas econômicas batendo à porta e o preço das matérias-primas subindo, muitos investidores têm reavaliado sua estratégia, buscando proteção em ativos mais seguros, e o Bitcoin aparece como uma alternativa atraente. O que se vê agora é uma corrida para adquirir criptomoedas, principalmente por sua oferta limitada e o aumento da adoção por parte de instituições.

Quando analisamos essa nova dinâmica, percebemos que a tensão entre países, tarifas e uma economia mais instável têm impulsionado a busca por alternativas robustas. Os ETFs de Bitcoin não são apenas uma maneira de investir; eles oferecem regulação, liquidez e acesso facilitado, ao mesmo tempo que diminuem a quantidade de BTC disponível no mercado.

BlackRock lidera a corrida e domina o mercado de ETFs de Bitcoin

Um dos grandes protagonistas dessa história é a BlackRock, que se destaca como a maior força nesse novo cenário. Seu ETF, o IBIT, foi aprovado pela SEC em 2024 e rapidamente ganhou espaço entre investidores institucionais e de varejo. Os números impressionam: em 2024, a BlackRock tinha aproximadamente 304 mil BTC, e esse número saltou para 776 mil em dezembro de 2025. Um crescimento de mais de 155% em menos de dois anos!

Essa trajetória mostra que o Bitcoin está sendo visto cada vez mais como um proteção contra inflação e incertezas globais. Muitas instituições estão começando a incluí-lo em seus portfólios, o que é um sinal claro de que a percepção sobre a criptomoeda está mudando. Enquanto isso, outras gestoras também estão acumulando, mas em um ritmo mais lento.

Os dados revelam que, atualmente, os 11 ETFs já aprovados incorporam 6,72% de toda a oferta de BTC em circulação. Esse percentual supera a quantidade que se estima que Satoshi Nakamoto detém, o criador do Bitcoin. Portanto, estamos diante de uma nova geração de grandes detentores de Bitcoin: os próprios fundos regulados.

Acúmulo constante pressiona oferta

Além disso, essa acumulação de Bitcoin não é um fenômeno isolado. No ano de 2024, os ETFs compraram mais de 184 mil BTC, das quais 96% vieram da BlackRock. Em 2025, mesmo com alguns fundos apresentando retiradas, a tendência geral ainda é de acumulação. No terceiro trimestre de 2025, a BlackRock adicionou 71 mil BTC. Enquanto isso, os demais ETFs juntos conseguiram apenas 6.228 BTC.

Mesmo com a volatilidade do mercado, o IBIT continua firme em sua estratégia de aquisição, atuando quase como um “aspirador” institucional. E mesmo com algumas saídas, a BlackRock manteve um saldo líquido positivo de 24.411 BTC no quarto trimestre de 2025. Essa concentração de ativos é preocupante, pois o Bitcoin tem uma oferta limitada e, quando grandes entidades retiram grandes quantidades do mercado, a liquidez futura pode ser comprometida.

Quando observamos essa dinâmica, é possível notar um aumento de urgência no mercado. Investidores estão percebendo que os ETFs podem, em breve, controlar uma parte ainda maior do suprimento de Bitcoin. Isso significa que o mercado pode enfrentar episódios de escassez real, especialmente se a demanda crescer ainda mais.

Essa nova realidade em que instituições tradicionais capturam Bitcoin rapidamente está mudando a forma como enxergamos o ativo. E os impactos dessa mudança se estendem a todo o ecossistema das criptomoedas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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