Lisa Vera, uma engenheira ambiental que vive na comunidade de Ko’e Rory, no Paraguai, está fazendo a diferença ao ensinar sobre Bitcoin para adultos e crianças. Natural de Itakyry, ela se mudou para Ko’e Rory aos 12 anos e sempre teve uma paixão por compartilhar conhecimento. Trabalhando na indústria de criptomoedas, Lisa encontrou uma oportunidade incrível de unir sua experiência profissional com a educação financeira.
Em uma região onde a maioria das pessoas não tem acesso a informações sobre tecnologia, Lisa decidiu que era hora de mudar isso. Ela trabalha em uma empresa chamada Penguin, especializada em manutenção de mineradoras de Bitcoin. Para ela, a educação sobre criptomoedas é uma forma de devolver às pessoas a autonomia financeira. “Acredito que o Bitcoin pode ser uma ferramenta poderosa para que as pessoas sejam mais livres com suas finanças”, comenta.
### Começo da jornada no Bitcoin
Lisa se interessou pelo Bitcoin em 2024, quando participou de um evento na Argentina e descobriu que era possível existir uma forma de dinheiro digital e segura. “Fiquei fascinada por saber que dinheiro poderia ser criado fora do sistema financeiro tradicional”, revela. Desde então, seu desejo de compartilhar esse conhecimento com sua comunidade cresceu.
Ela começou suas aulas de uma maneira bem prática: aprendendo a consertar mineradoras. “Cada conserto é uma nova chance de aprendizado. Anoto tudo, crio materiais didáticos e explico passo a passo como tudo funciona”, conta Lisa. Isso inclui desde identificar falhas nas máquinas até entender a mineração e as recompensas envolvidas.
### O impacto das aulas
O entusiasmo dos alunos de Lisa é contagiante. Muitos deles, sem nunca terem visto um computador ou um monitor, agora se mostram curiosos para entender como o dinheiro que possuem pode ser usado de maneira diferente. “Eles me dizem que assim os bancos não podem ‘tirar’ o dinheiro deles, e há uma verdade nessa afirmação”, reflete a professora.
As aulas são adaptadas para todos, indo desde conceitos básicos de finanças, como poupança, até a dinâmica de compra e venda, mostrando como o Bitcoin pode representar uma forma de independência econômica. Em uma das experiências mais marcantes, uma aluna começou a ensinar outras crianças com um slogan que se tornou o lema da turma: “fácil de usar, difícil de criar”.
### Superando desafios
Apesar das dificuldades enfrentadas, como a falta de infraestrutura e recursos, a determinação de Lisa só cresce. “Antigamente, eu dava aulas debaixo de uma árvore, mas agora meus pais me ajudaram a conseguir um espaço fixo para ensinar”, diz. Ela está sempre em busca de melhorias, com o apoio da comunidade.
Lisa acredita que a tecnologia, junto com a educação, pode transformar vidas. Seu objetivo é criar uma economia circular baseada em Bitcoin, onde a comunidade não dependa mais das instituições bancárias. Além disso, ela planeja oferecer cursos de computação, oratória e inglês aos jovens, preparando-os para um futuro mais promissor.
Com essa iniciativa, Lisa Vera não apenas educa, mas inspira uma nova geração a explorar as oportunidades que o mundo digital tem a oferecer. A jornada dela é um exemplo de como conhecimento e determinação podem fazer a diferença em qualquer lugar.
