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Stablecoins locais podem movimentar R$ 32 bi na América Latina até 2023

As stablecoins ligadas a moedas locais estão prometendo movimentar cerca de R$ 32 bilhões na América Latina até o final de 2025. Essa informação vem de um relatório chamado The State of Local Stablecoins – Latam, lançado pela Iporanga Ventures. O documento analisa como o mercado regional está evoluindo e mostra que esses ativos estão se firmando como uma estrutura importante para operações de câmbio e pagamentos internacionais por meio da blockchain.

O Brasil, o México e a Colômbia já movimentaram juntas US$ 4,8 bilhões (equivalente a R$ 25,6 bilhões) em stablecoins locais ao longo de 2025. A expectativa é que esse número ultrapasse US$ 6 bilhões até dezembro, principalmente devido ao aumento da adoção por empresas e às novas maneiras de usar esses ativos para troca de moedas e pagamentos entre países.

O Brasil, em especial, lidera com grande destaque, respondendo por 69% do volume transacionado no ano. Projeta-se que o país alcance inacreditáveis US$ 4 bilhões (ou R$ 21,3 bilhões) em operações com stablecoins atreladas ao real. Isso coloca o real como o terceiro maior mercado de stablecoins do mundo, superado apenas pelo dólar e pelo euro.

Uma mudança interessante observada no relatório é que, em 2024, a maior parte das transações era realizada por investidores grandes e profissionais. Já em 2025, 84% do volume negociado passou a ser gerido por instituições financeiras, fintechs e provedores de câmbio. O setor de varejo, por outro lado, representa apenas 4%.

Na Colômbia, um crescimento notável foi verificado. O volume de stablecoins ligadas ao peso colombiano saltou de US$ 700 mil em outubro de 2024 para US$ 200 milhões um ano depois. Esse aumento é atribuído, em grande parte, a remessas e operações de câmbio internas e internacionais.

Casos de uso

O estudo aponta que os principais usos atuais das stablecoins incluem operações de câmbio online, pagamentos internacionais e soluções eficientes para entrar e sair do mercado. Além disso, elas também funcionam como uma ponte para empresas estrangeiras manterem seus saldos em moeda local, além de facilitar operações com cartões de crédito cripto. Assim, essas stablecoins estão se tornando um novo serviço digital para câmbio, entregando liquidez constante e reduzindo custos.

Apesar da diminuição nas operações de arbitragem e robôs de negociação, a liquidez em exchanges descentralizadas (DEXs) cresceu 262% em um ano, chegando a cerca de US$ 2 milhões em outubro de 2025. Isso reflete um aumento no uso prático desses ativos, sobretudo para câmbio e pagamentos.

O ecossistema das stablecoins também está se diversificando. Hoje, existem cerca de US$ 47 milhões em stablecoins locais em circulação, abrangendo oito blockchains diferentes. Isso representa um crescimento de 327% em relação ao ano anterior, com cerca de 92 mil endereços possuindo esses ativos.

Uma iniciativa interessante foi criada para aumentar a transparência nesse mercado. Em parceria com a Fact Finance, a ideia é implementar provas de reserva das stablecoins locais, ajudando a aumentar a confiança do público nessa nova forma de investimento.

Stablecoins estão se consolidando como uma ponte entre a economia latino-americana e o sistema financeiro global, movimentando bilhões de dólares. Elas estão transformando a maneira como as operações de câmbio e pagamentos são feitas através da blockchain.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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