Com a recente queda do Bitcoin, a Standard Chartered, um banco britânico de destaque, ajustou suas previsões de preço para a moeda digital. O novo objetivo é que o Bitcoin atinja US$ 100.000 até o final de 2025, bem abaixo dos US$ 200.000 anteriormente projetados. Apesar dessa redução, o banco mantém uma perspectiva otimista de longo prazo, estipulando que pode chegar a US$ 500.000, mas adiou essa expectativa de 2028 para 2030.
Atualmente, o Bitcoin está se movimentando em uma faixa estreita, o que não ajuda na sua valorização. A maior criptomoeda do mundo está sendo negociada a US$ 93.981, com um pequeno aumento de 4,2% nas últimas 24 horas, conforme dados do CoinGecko.
O que está influenciando a queda do preço do Bitcoin
Essa revisão feita pela Standard Chartered se deve a uma mudança nas expectativas de demanda. O analista Geoffrey Kendrick destacou que uma importante fonte de procura por Bitcoin está se esgotando. Além disso, a adoção de Bitcoin por investidores institucionais, especialmente através de ETFs (fundos negociados em bolsa), está mais devagar do que se esperava.
Ele comentou que as compras agressivas por grandes empresas já não estão mais acontecendo e que, agora, o crescimento do preço do Bitcoin deve vir apenas da compra por ETFs. No entanto, isso tem sido um desafio, pois os fluxos de investimento nesses fundos diminuíram bastante. Atualmente, estamos vendo uma movimentação trimestral de apenas 50.000 BTC, o menor número desde que os ETFs de Bitcoin começaram a ser negociados nos Estados Unidos.
Esse número é uma queda acentuada em relação aos 450.000 BTC que estavam sendo comprados a cada trimestre no final de 2024, quando incluíamos tanto os ETFs quanto as tesourarias digitais.
Outro ponto relevante é a pressão política sobre o Federal Reserve, que tem um efeito significativo nos ativos de risco, incluindo o Bitcoin. Muitos investidores estão otimistas quanto a um possível corte na taxa de juros, que deve ocorrer na próxima reunião do Fed. Essa expectativa depende, em grande medida, das diretrizes que o presidente da instituição vai apresentar para o próximo ano.
A recente nomeação de Kevin Hassett para o FOMC, por exemplo, pode favorecer uma política monetária mais flexível. Isso pode, por sua vez, tornar o Bitcoin mais atrativo para quem busca proteção em ativos mais “sólidos”.
Kendrick destacou que “desta vez é realmente diferente”, afastando-se dos modelos de ciclo anteriores. Ele acredita que a fase de “invernos cripto” pode ter chegado ao fim. Embora o Bitcoin tenha testado a marca de US$ 90.000 várias vezes nas últimas semanas, sua trajetória a curto prazo aparece intimamente ligada ao resultado da reunião do FOMC que está por vir.
