Tesouro dos EUA impõe sanção a mais uma corretora de criptomoedas
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos fez um aviso na quarta-feira (14) que deixou o setor de criptomoedas em alerta. Eles anunciaram novas sanções contra a corretora de bitcoin e criptomoedas Garantex Europe OU, bem como sua sucessora, a Grinex. As autoridades acusam essas empresas de facilitarem transações ilegais ligadas a grupos de ransomware e lavagem de dinheiro. Essa ação também inclui a punição de executivos e empresas parceiras que atuam nesses esquemas.
De acordo com o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), mais de US$ 100 milhões em transações ilegais passaram pela Garantex desde sua fundação, em 2019. Os recursos estariam relacionados a ataques cibernéticos e operações com malwares de sequestro digital, como Conti, LockBit e Ryuk, além de movimentações realizadas por meio de mercados na darknet.
Em fevereiro de 2022, a Garantex chegou a perder sua licença na Estônia devido a sérias falhas em seus controles, especialmente no que diz respeito à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Agora, essa nova rodada de sanções surge no momento em que os EUA estão reforçando suas ações contra a exploração de criptomoedas por criminosos. John K. Hurley, subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, destacou a gravidade da situação ao afirmar que esses comportamentos ameaçam a segurança nacional e prejudicam a imagem de serviços legítimos.
Grinex: a sucessora das operações controversas
Com as autoridades realizando ações coordenadas em março de 2025, o Serviço Secreto dos EUA, junto com representantes da Alemanha e Finlândia, apreendeu US$ 26 milhões em criptomoedas e o domínio da Garantex. Foi então que surgiu a Grinex, bancada como uma nova plataforma, segundo informações do Tesouro dos EUA. Essa mudança foi vista como uma tentativa de driblar as sanções.
Os executivos da Garantex transferiram as contas e os fundos dos usuários diretamente para a Grinex, claramente tentando contornar as restrições internacionais. Para compensar as perdas de seus usuários, a Grinex utilizava o token A7A5, uma stablecoin respaldada em rublos, emitida por uma empresa do Quirguistão. Além disso, esse token havia sido utilizado por entidades russas que enfrentavam sanções, ligadas a um oligarca moldavo e a um banco russo que também já haviam sido sancionados.
Consequências para as corretoras e seus executivos
Além de Garantex e Grinex, o OFAC sancionou três executivos da Garantex: Sergey Mendeleev, Aleksandr Mira Serda e Pavel Karavatsky, que persistiram nas operações mesmo após as ações policiais. Outras duas empresas do setor, InDeFi Bank e a plataforma de pagamentos Exved, também foram punidas por facilitar transações internacionais de criptomoedas para escapar de sanções.
Com a inclusão na Lista de Nacionais Especialmente Designados (SDN), todos os ativos dessas entidades nos EUA estão bloqueados. Isso significa que empresas e cidadãos americanos estão proibidos de realizar qualquer transação com essas corretoras, sob pena de também enfrentarem penalizações. Essa medida mostra a seriedade com que os EUA estão tratando o uso de criptomoedas em atividades ilegais.