Bitcoin recua para US$ 110 mil após demissão no Fed
O Bitcoin (BTC) está enfrentando uma queda acentuada nesta terça-feira, 26 de setembro, refletindo perdas acumuladas durante o final de semana. A criptomoeda caiu 1,8%, passando para US$ 110.338. Nesse período, as liquidações, especialmente de posições longas, superaram os US$ 812 milhões. Com isso, o BTC também desceu o patamar de R$ 600 mil, sendo cotado a R$ 599.642.
A analista de criptoativos da BTC Markets, Rachael Lucas, comentou que o capital está se afastando de ativos de risco. Ela mencionou que a baixa liquidez no fim de semana intensificou as oscilações de preços. Além disso, o valor do Bitcoin caiu abaixo de US$ 110.800, um nível importante que representa o custo médio para investidores que começaram a comprar a criptomoeda nos últimos três meses. Historicamente, quando o Bitcoin não consegue se manter acima desse marco, isso costuma sinalizar um período prolongado de fraqueza no mercado.
Tensão entre Trump e o Fed
Esse momento de volatilidade nos preços vem junto com a recente demissão de Lisa Cook, uma das governadoras do Federal Reserve dos EUA, ato que foi anunciado pelo presidente Donald Trump. A carta de renúncia dela, divulgada na rede social TruthSocial após o fechamento do mercado, trazia acusações de “conduta enganosa e potencialmente criminosa” relacionadas à falsificação de documentos sobre sua residência.
Essas notícias não foram bem recebidas pelos investidores, com o índice do dólar dos EUA caindo 1% antes de se recuperar ligeiramente e fechar em 98,32. Os contratos futuros dos principais índices norte-americanos também apresentaram uma queda de cerca de 0,25%.
O professor de economia da Universidade de Michigan, Justin Wolfers, expressou que essa ação não beneficia os negócios nos EUA, indicando que a economia pode estar em risco quando a autoridade do Fed é minada pelo presidente.
Agora, todos os olhares estão voltados para a divulgação revisada do PIB dos Estados Unidos para o segundo trimestre, que será anunciada nesta quinta-feira. Economistas estão prevendo uma pequena alta na taxa de crescimento, passando de 3% para 3,1%. Além disso, os dados sobre a inflação, especialmente no índice PCE, devem mostrar um aumento, subindo de 2,8% para 2,9%.
Essa combinação de crescimento mais fraco e inflação acima do esperado pode complicar os planos do Fed, incluindo possíveis cortes nas taxas de juros para este ano.