O Bitcoin começou dezembro com um tom preocupante, caindo 5,3% em apenas um dia, na segunda-feira (1º). Essa desvalorização não afetou apenas a principal criptomoeda: Ethereum, XRP e outras altcoins também sentiram o impacto.
Nesse último mês, o Bitcoin já acumula uma queda de mais de 21%, fechando outubro em um cenário negativo. No início de dezembro, ele atingiu uma mínima de US$ 85.694, e atualmente está sendo negociado por volta de US$ 86.579, o que representa uma queda de 31% em relação à sua máxima histórica. Em reais, o valor do Bitcoin gira em torno de R$ 464.531.
Altcoins como Ethereum e XRP, que geralmente seguem a tendência do Bitcoin, caíram 5,7% e 7%, respectivamente. Essa situação delicada deixou muitos investidores apreensivos. Além disso, as liquidações no mercado de criptomoedas se dispararam, totalizando cerca de US$ 637 milhões, com mais de US$ 568 milhões em posições que esperavam uma alta.
O que está por trás da queda do Bitcoin?
Os motivos para essa queda são, segundo Wenny Cai, COO da SynFutures, bastante diretos. Ele explica que a rápida desvalorização gerou liquidações exageradas em posições long, que ultrapassaram meio bilhão de dólares. Isso, por sua vez, intensificou as vendas em mercados à vista e de derivativos. O efeito cascata que isso provoca é o que transforma uma simples correção em um crash.
Um ponto que chamou atenção foi um comentário do CEO da Strategy, Phong Le, que falou sobre a possibilidade de vender Bitcoin. Ele afirmou que a empresa pode decidir vender para financiar pagamentos de dividendos, o que gerou receios entre os investidores sobre a dinâmica do mercado.
A Strategy possui 649.870 BTC, avaliados em aproximadamente US$ 56,26 bilhões. Mesmo que os comentários de Le sejam condicionais, a perspectiva de venda pode assustar o mercado e influenciar as decisões dos investidores.
Outros fatores também contribuem para o clima negativo, como a recente reavaliação da MSTR pela S&P, que gerou preocupações sobre sua reserva.
Preocupações com a Tether
Além disso, surgiram temores sobre a Tether, especialmente com os comentários do cofundador da BitMEX, Arthur Hayes. Ele indicou que, caso o Bitcoin e o ouro caiam 30%, isso poderia inviabilizar a empresa. Esse medo é reflexo da grande influência que a Tether tem no mercado de stablecoins.
Quando o público começa a questionar a saúde financeira do maior emissor de stablecoins, isso pode afetar toda a liquidez do mercado, levando a um aumento na volatilidade. Outro ponto importante é que o Banco Central da China reiterou que a atividade com criptomoedas é ilegal no país, o que agrava ainda mais as preocupações em torno do mercado.
As projeções para dezembro indicam um cenário de negociação instável, sem uma tendência clara. A expectativa é de que encerrações de posições possam gerar pressão, seguidas por uma possível movimentação de compradores buscando oportunidades de longo prazo.
