A Etiópia vem se destacando como um novo núcleo para a mineração de Bitcoin (BTC), e parece que as coisas estão acelerando por lá. Recentemente, o consultor Kal Kassa compartilhou dados que mostram a rápida expansão do setor, impulsionada por fatores geográficos e energéticos bastante favoráveis.
Para se ter uma ideia, os mineradores etíopes já investiram mais de US$ 200 milhões em eletricidade só em 2025. E as expectativas para o próximo ano são ainda mais otimistas: a previsão é que esse valor chegue a US$ 300 milhões. Isso demonstra a confiança dos investidores na infraestrutura do país, que está se firmando como um ponto importante na rede descentralizada mais significativa do mercado.
Atualmente, essa energia consumida representa cerca de 2% a 3% de toda a taxa de hash global do Bitcoin. Isso é um sinal claro de que a Etiópia não é mais apenas uma opção experimental, mas um verdadeiro jogador na segurança da rede.
Vantagens competitivas e incentivos do governo
Um dos grandes atrativos do país é sua matriz energética. Cerca de 95% da eletricidade da Etiópia vem de usinas hidrelétricas ao longo do Rio Nilo. Isso garante uma fonte de energia renovável em abundância, algo que sempre interessa aos mineradores.
A geografia também joga a favor. O país está localizado entre 2.000 e 3.000 metros acima do nível do mar, o que significa temperaturas médias mais baixas. Isso é ótimo para as máquinas de mineração, que precisam de resfriamento constante. Com um clima ameno, as empresas conseguem gastar menos com sistemas de refrigeração, o que ajuda a cortar custos.
Além disso, o governo da Etiópia tem introduzido várias incentivos para atrair investidores estrangeiros. Eles oferecem isenções fiscais, proteções aos investidores e garantias contratuais, tudo para manter o capital circulando dentro do país. E o custo da eletricidade se mostra bem competitivo, girando em torno de 3,6 centavos de dólar por quilowatt-hora. Mesmo que possam ocorrer aumentos nas tarifas, os preços permanecem atraentes em comparação com outros lugares.
Mudança no cenário da mineração mundial?
A ascensão da Etiópia acontece em um momento de grande transformação no mundo da mineração, especialmente nos Estados Unidos, que ainda concentra cerca de um terço da taxa de hash global. No entanto, os americanos enfrentam desafios. O preço da energia está subindo rapidamente devido à alta demanda dos data centers que lidam com inteligência artificial (IA). Esses centros de tecnologia estão competindo diretamente com os mineradores por eletricidade, oferecendo lances maiores.
Diante desse cenário, muitos mineradores estão à procura de alternativas e saindo de mercados com custos operacionais altos. Com sua energia renovável a baixo custo, clima propício e um ambiente que favorece investimentos, a Etiópia surge como uma das grandes beneficiárias dessa nova fase na construção da infraestrutura de Bitcoin.
