A recente movimentação do Bitcoin tem chamado a atenção de analistas, que se perguntam se ainda estamos acompanhando o histórico ciclo de halving de quatro anos. A Glassnode, uma empresa que se dedica a analisar dados da blockchain, sugere que o aumento do interesse por parte de investidores institucionais pode mudar esse padrão.
Em um relatório publicado na quarta-feira, a Glassnode refletiu sobre a trajetória cíclica do Bitcoin, lembrando que seus padrões atuais se assemelham a fases anteriores do mercado.
Bitcoin mostra sinais de esfriamento
De acordo com a Glassnode, vários indícios apontam que o ciclo do Bitcoin pode estar mais avançado do que muitos pensam. Um dos fatores é a realização de lucros entre os holders de longo prazo — aqueles que mantêm seus Bitcoins por mais de 155 dias. Esses movimentos já estão “comparáveis às fases eufóricas do passado”, sugerindo que o mercado pode estar em um estágio mais maduro.
Outra informação preocupante é o esfriamento na demanda. A entrada de capital no Bitcoin está “mostrando sinais de fadiga”. Nos últimos quatro dias de negociação, os ETFs de Bitcoin tiveram uma saída de cerca de 975 milhões de dólares, conforme as análises da Farside Investors.
Desde que atingiu uma nova máxima histórica de 124.128 dólares em 14 de agosto, o Bitcoin passou a apresentar uma queda de 8,3%, cotado a 113.940 dólares no momento em que a informação foi apurada.
Fonte: CoinMarketCap
A Glassnode também notou que essa queda na demanda forçou alguns traders a buscarem apostas mais arriscadas. Isso gerou um aumento nas posições especulativas, com o interesse aberto em altcoins batendo brevemente um recorde de 60 bilhões de dólares, antes de sofrer uma correção de 2,5 bilhões.
Se o Bitcoin continuar seu ciclo tradicional, há indícios de que novas máximas podem surgir já em outubro. A Glassnode menciona que, nos ciclos de 2018 e 2022, os picos foram alcançados apenas dois ou três meses depois do ponto atual.
O analista de criptomoedas Rekt Capital fez uma previsão no início de julho, sugerindo que, se o Bitcoin seguir o mesmo padrão de 2020, o mercado poderá atingir seu pico em outubro, ou 550 dias após o halving que ocorrerá em abril de 2024.
Vários executivos dizem que o ciclo de quatro anos acabou
Apesar das análises da Glassnode, há discordâncias sobre se o Bitcoin ainda segue esse ciclo de quatro anos. Algumas vozes do mercado argumentam que o crescente número de empresas comprando Bitcoin e o interesse por ETFs podem alterar essa dinâmica.
No dia 10 de agosto, o investidor Jason Williams destacou que as 100 principais empresas de tesouraria já acumulam quase 1 milhão de Bitcoins. Isso sugere que estamos diante de uma nova fase e que o ciclo de quatro anos ainda não chegou ao fim. Dados do BitcoinTreasuries.NET mostram que essas empresas públicas têm cerca de 112,17 bilhões de dólares em Bitcoin.
Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise, também se posicionou sobre o tema após falar sobre a morte do ciclo tradicional do Bitcoin. Ele prevê um “ano de alta” em 2026, enxergando que o impacto do halving se torna cada vez menos significativo a cada ciclo, enquanto o ambiente de juros está se tornando mais favorável ao setor de criptomoedas.
