Uma fundação que surgiu em homenagem ao jogador português Diogo Jota, que faleceu em um acidente de carro em julho, está envolvida em uma grande polêmica. A chamada “Diogo Jota Foundation” arrecadou cerca de R$ 350 mil (mais de US$ 64 mil) por meio de doações em criptomoedas. Porém, o problema é que essa fundação não possui qualquer relação com o jogador ou sua família.
Criada apenas três dias após a morte de Jota, a fundação usava o nome e os logotipos de instituições respeitáveis, como Liverpool, Unicef e Allianz, para dar credibilidade ao projeto. No entanto, essas instituições declararam que não têm nenhum vínculo com a “fundação” e que o uso de suas marcas foi feito sem autorização. O site da fundação também não estava registrado na Charity Commission, o órgão britânico que regula as organizações de caridade.
Agora, a página e os canais de contato da fundação estão fora do ar, e ninguém responde aos telefonemas ou e-mails que foram deixados.
O site afirmava que tinha a missão de “honrar o legado de Diogo Jota” por meio de projetos voltados ao futebol de base, bolsas de estudo e parcerias comunitárias. Porém, tanto o Liverpool, clube onde ele jogava, quanto a família de Jota disseram não conhecer essa fundação.
Situações assim não são novidadese; golpes que se aproveitam de momentos trágicos são comuns. Muitas vezes, isso acontece por meio de campanhas fraudulentas que utilizam criptomoedas por serem mais difíceis de rastrear. Exemplos recentes incluem a morte do cantor Ozzy Osbourne, que também foi aproveitada para a criação de memecoins duvidosos.
Por outro lado, iniciativas sinceras têm surgido em honra ao jogador. O Liverpool anunciou que continuará pagando o salário de Diogo Jota para auxiliar sua família. Além disso, a LFC Foundation, a entidade de caridade oficial do clube, lançará um programa de futebol de base em sua memória.
Recentemente, o elenco do Chelsea, rival no campeonato inglês, se uniu para doar parte do prêmio recebido no Mundial de Clubes da FIFA à família de Jota. O valor, que supera US$ 500 mil, foi destinado diretamente aos seus parentes, em um gesto de solidariedade.
Essas ações mostram que, mesmo em meio a golpes e fraudes, pode haver luz e apoio genuíno em momentos difíceis.
